Desenvolvimento Urbano no Município de Nova Iguaçu
Por: Amanda Ferreira, Geiziane Azevedo, Maiara Lobato, Maria Fernanda Abrantes, Renatha Martins e Wanessa Dias.
Notamos hoje uma paisagem bastante urbanizada no centro da cidade de Nova Iguaçu e o objetivo deste trabalho é reunir informações do processo de urbanização nas demais regiões desse mesmo município. Para explicarmos essa transformação não só na paisagem, mas também, social, econômica e urbana, retornaremos ao passado histórico rico em acontecimentos para identificarmos os fatores causadores e determinantes para esses acontecimentos.
Nova Iguaçu localiza-se na Baixada Fluminense, sendo ela um dos principais núcleos dessa região juntamente com Duque de Caxias, oferecendo uma diversidade de ofertas de bens de serviços à população. No passado, outros municípios faziam parte de Nova Iguaçu, o que para alguns autores como Manoel Ricardo Simões, autor do livro “Ambiente e sociedade na Baixada Fluminense”, era considerada a “Grande Iguaçu”, composta por Japeri, Queimados, Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti, como é ilustrado abaixo e, futuramente seria desmembrada com suas emancipações, que vamos ver no decorrer do presente texto.
Por: Amanda Ferreira, Geiziane Azevedo, Maiara Lobato, Maria Fernanda Abrantes, Renatha Martins e Wanessa Dias.
Notamos hoje uma paisagem bastante urbanizada no centro da cidade de Nova Iguaçu e o objetivo deste trabalho é reunir informações do processo de urbanização nas demais regiões desse mesmo município. Para explicarmos essa transformação não só na paisagem, mas também, social, econômica e urbana, retornaremos ao passado histórico rico em acontecimentos para identificarmos os fatores causadores e determinantes para esses acontecimentos.
Nova Iguaçu localiza-se na Baixada Fluminense, sendo ela um dos principais núcleos dessa região juntamente com Duque de Caxias, oferecendo uma diversidade de ofertas de bens de serviços à população. No passado, outros municípios faziam parte de Nova Iguaçu, o que para alguns autores como Manoel Ricardo Simões, autor do livro “Ambiente e sociedade na Baixada Fluminense”, era considerada a “Grande Iguaçu”, composta por Japeri, Queimados, Duque de Caxias, Belford Roxo, Mesquita, Nilópolis e São João de Meriti, como é ilustrado abaixo e, futuramente seria desmembrada com suas emancipações, que vamos ver no decorrer do presente texto.
Fonte: SIMOES, Livro, Ambiente e sociedade na
Baixada Fluminense.
A cidade de Nova Iguaçu, tem sua
centralidade originalo nas proximidades do porto na foz do Rio Iguassú, por conta de sua ligação com a Baía de
Guanabara. No final do século XIX, o centro da cidade passa à localização atual, às
margens da ferrovia Dom Pedro II, inaugurada em 1858. No século XX, as ferrovias tiveram
grande importância no desenvolvimento e da ocupação de Nova Iguaçu, nesse mesmo
momento, São João, Nilópolis, e Duque de Caxias, já estavam tipicamente
urbanizadas, enquanto Nova Iguaçu ainda estava baseada na agricultura, o que
impulsionou o processo de emancipação desses municípios, tal como afirma SIMÕES, (2011,
p. 134).
“Não é por acaso que a fragmentação
territorial de Nova Iguaçu se inicia por esses distritos na década de 1940.
Neste momento histórico não se fazia mais sentido que a administração dessas
localidades ficasse subordinadas ao pequeno núcleo semi-rural de Nova Iguaçu,
muito menos a uma elite política fundamentalmente agrária “. ¹
Para entender as razões do
processo de urbanização se dar de modo mais intenso em outros distritos e em menor velocidade em Nova Iguaçu,
é preciso analisar os elementos dos processos vividos por Nova Iguaçu na década
de 1920 a 1940.
Do ciclo da Laranja e ao processo de ocupação.
Devido a uma epidemia de cólera de 1855
e, em busca de terras mais férteis próximo à ferrovia, transfere-se parte da
população da Vila Iguaçu para Maxambomba, diante disso, inicia-se a um novo
cenário: o do cultivo e exportação da laranja, iniciando o ciclo econômico
voltado para a plantação e a exportação da laranja, a partir desse momento em
homenagem à vila Igussú, em 1916, o nome e Maxambomba é substituído por “Nova”
Iguaçu, segundo SIMÕES (2011, P.137) “ o adjetivo ‘Nova’, foi uma forma de
indicar mudança sem, contudo, renegar completamente o seu passado”.
Nova Iguaçu foi a responsável por 83% da produção de laranja do estado, para que isso ocorresse as condições de produção foram favoráveis para o sucesso da mesma, diante disse, SOARES (1962, apud, SIMÕES, 2011) afirma que,
Nova Iguaçu foi a responsável por 83% da produção de laranja do estado, para que isso ocorresse as condições de produção foram favoráveis para o sucesso da mesma, diante disse, SOARES (1962, apud, SIMÕES, 2011) afirma que,
“A existência de
condições naturais propícias, como o clima quente e úmido, terrenos férteis em
colinas, morros e mesmo planícies livres de encharcamento, aliadas a presença
da ferrovia e sua estação e de um incentivo oficial as exportações fez com que,
aos poucos, a laranja fosse substituindo as culturas tradicionais, já em franca
decadência”.
Devido ao intenso cheiro da produção de laranja entre 1930 e 1939, Nova Iguaçu ficou conhecida como a cidade perfume. Nesta época surgem os primeiros indícios do começo de processo de ocupação de Nova Iguaçu, após a morte de comendador Soares suas fazendas começaram a ser retalhadas, fragmentas para a venda, e como a abolição da escravatura havia esvaziado as fazendas, os proprietários de terra enfrentavam dificuldades na manutenção do trabalho assalariado, o que contribuiu para a fragmentação das terras para a venda, direcionando- as aos pequenos agricultores, o que ocasionou a compra das terras para o plantio da laranja.
Juntamente com isso, SIMÕES (2011, P. 137) afirma que, "abriu-se caminho, então, para dois processos simultâneos e articulados: a intensa fragmentação da terra, com o surgimento de um grande número de propriedades, e o crescimento da população rural. Embora este processo tenha se iniciado ainda no século XIX, o marco desta fragmentação foi a morte do Comendador Francisco Soares em 1916, por coincidência, o ano em que o município troca de nome, acrescentando o ‘Nova ‘ao seu nome. Este vai ser o início de uma verdadeira ‘Nova “Iguaçu”.
Diante disso, com a necessidade de mão
de obra inicia-se o movimento migratório em direção a Nova Iguaçu, em busca de
trabalho assalariado, já que na época a cidade estava com bastante visibilidade
devido à produção e exportação da laranja. Muitas dessas famílias passam a
morar no mesmo espaço produtor da laranja, que deixa de ser espaço
reprodutor e passa a também ser espaço de moradia para esses trabalhadores
rurais. Em Nova Iguaçu o crescimento populacional se deu em maior volume, pois
não havia uma produção significativa em outros municípios. Migrantes que vinham do próprio país e, imigrantes de outros países. Esses imigrantes em maioria de origem européia, com o tempo vão se
juntar aos moradores de Nova Iguaçu e se forma o núcleo da elite local,
diferentemente dos migrantes que chegarão quando se inicia o processo de
urbanização de Nova Iguaçu. Vale ressaltar que o caráter do crescimento
populacional dessa época é essencialmente agrícola, muitos dos habitantes
moravam em chácaras. Nesse contexto, foram criados diversos barracões (Packing house) para o armazenamento dos frutos, no auge do ciclo laranjeiro, o
número teve uma significativa crescente, SOARES (1962, apud, SIMÕES, 2011)
afirma que, “em 1932, eram em números de quatorze (...) e, em 1940, vinte
instalações deste tipo estavam registradas”, esses “Packing house, existem
atualmente, mas possuem outras funções e nos ajudam a entender o passado de
Nova Iguaçu. Em 1940 Nova Iguaçu era um pequeno
núcleo urbano, pois seus moradores ainda moravam nas chácaras, e faziam o
movimento pendular até a área central da cidade.
Nesta direção, novamente SIMÕES (2011, P. 141) afirma que,
Nesta direção, novamente SIMÕES (2011, P. 141) afirma que,
“Era mais econômico
morar, então nas chácaras e ir ao centro, do que morar neste e voltar para
cuidar daquela, até porque não se construíam muitas casas no centro para
aluguel e venda para fins residenciais, a não ser para a elite local. Desse
modo, podemos afirmar que, embora tenha havido um crescimento no núcleo urbano
no período laranjeiro, a Nova Iguaçu da laranja era um acanhado aglomerado
urbano em meio a um mar de laranjas”.
(Fonte: Ozorio, Elaine Cristina. “O
processo de (re) produção do espaço urbano na cidade de Nova Iguaçu”dissertação de mestrado).
O fim do ciclo da
laranja e a urbanização.
Diversos fatores contribuíram para o fim do ciclo da
laranja, mas o mais importante que contribui para a extinção do ciclo foi a
eclosão da segunda guerra mundial, onde as exportações ficaram prejudicadas com
bloqueio naval alemão, os navios não chegavam ao seu destino, e houve outras dificuldades com o transporte da laranja, como ressalta OZÓRIO
(2007, p.12) em sua dissertação de mestrado, “assim como a falta de armazéns
frigoríficos e o transporte rodoviário deficiente das chácaras para a ferrovia
levaram ao apodrecimento das frutas nos pés, dando origem a uma praga citrícola
que dizimou grande parte das plantações”. Após a segunda guerra mundial a
exportação da laranja, com intuito de preservar o mercado interno. Com isso a
pressão imobiliária atinge Nova Iguaçu no intuito de ocupar o espaço dos
antigos laranjais, abrindo caminho para a consolidação da
urbanização.
Nova Iguaçu perde alguns dos
seus distritos emancipados: São João de Meriti, Duque de Caxias,
Nilópolis, Belford Roxo, Japeri, Mesquita, Queimados, fragmentam a
“Grande Iguaçu”.
(Fonte:
Tese de mestrado da Elaine Cristina Ozorio “O processo de (re) produção do
espaço urbano na cidade de Nova Iguaçu”).
Para complementação dessa urbanização é de extrema importância a
abertura das rodovias, que facilitaram o acesso e a circulação com as demais
regiões, fato que contribuiu para o crescimento da centralidade do crescimento urbano
de Nova Iguaçu, tais como Via Ligth, Linha vermelha,
Rodovia presidente Dutra e as demais vias que servem de acesso para as demais
localidades próxima a Nova Iguaçu.
A Via Ligth
(Fonte: anonimo)
Considerações finais
Contudo, podemos concluir a importância histórica de Nova
Iguaçu diante do desenvolvimento econômico e urbano da Baixada Fluminense, que
e sua importância cultural para afirmar seu espaço dentro da histórica e da
evolução de diversas paisagens socioculturais.
Referências
bibliográficas
Simões,Manoel Ricardo.Ambiente e
Sociedade na Baixada Fluminense.In Mesquita,Editora Entorno,ano de 2011.p
313-348.
Ozório,Elaine Cristina.O Processo de
Reprodução do Espaço Urbano Na Cidade de Nova Iguaçu - RJ (1900 – 2007). Dissertação
apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Planejamento
Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.Ano de 2007.
Por: Amanda Raso, Geiziane Azevedo, Maiara Lobato, Maria Fernanda Abrantes, Renatha Martins e Wanessa Dias.
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